ENEM Expõe Desigualdade do Ensino No País
marly |
12:23 PM |
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| Enquanto alunos de escolas particulares consideram fácil o primeiro dia de provas, outros, que não tiveram as mesmas oportunidades, enfrentaram dificuldades |
Marcos Chagas e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
refletiu a diferença de preparação entre os candidatos. Alunos de
escolas particulares ou militares consideraram médio o nível de
dificuldade da prova, enquanto candidatos que tentam retomar os estudos
acharam o exame difícil.
Aprovado em engenharia elétrica na Universidade de Brasília (UnB) no
meio do ano, Rafael Zamarion, 17 anos, já cursa o ensino superior e
fez o Enem para medir conhecimento e tentar entrar em faculdades em
outros estados. O estudante considera a prova fácil. “Acho que o nível
de dificuldade [do Enem] deveria ser maior”, diz Rafael, que estudou o
ensino médio no Sigma, colégio particular da capital federal.
Aluno do Colégio Militar, em Brasília, Rafael Alcântara, 16 anos, está
no 2º ano do ensino médio e presta o Enem pela primeira vez, para
treinar. Ele considerou fáceis as questões da área de humanas. Segundo
ele, apenas algumas questões de química e biologia tinham dificuldade
maior. “Fiz a prova apenas para testar conhecimento, mas, no geral,
achei fácil, com uma questão ou outra difícil.”
Quem está há multo tempo fora da escola tem outra opinião. A técnica em
biblioteconomia Tatiana Alves, 30 anos, não estuda desde que se casou,
há oito anos. Sem frequentar cursinhos, ela se preparou em casa, com o
marido, e considerou elevado o grau de dificuldade do Enem. “Não teve
área específica. Achei tudo difícil”, declarou Tatiana, que tenta uma
vaga em um curso de biblioteconomia.
O Enem representa uma oportunidade de ingresso na universidade não só
para estudantes. Pessoas já graduadas e que buscam novas oportunidades
também fizeram a prova, como Jorge Vargas, 58 anos, graduado em letras e
professor de um cursinho em Brasília. Ele prestou vestibular para o
curso de direito na Universidade de Brasília (UnB) 12 vezes e, pela
segunda vez, tenta obter pontuação pelo Enem.
No ano passado, Jorge nem sequer se preocupou em conferir os pontos
obtidos no Enem. Neste ano, ele considerou mais difíceis as questões da
área de ciências naturais. “As provas de exatas foram complicadas. A
parte de humanas, de tão fácil, parecia que tinha pegadinhas”, declarou.
Kaíque Lopes de Miranda, 18 anos, cursa o 3º ano do ensino médio. O
estudante considerou a prova “simples, mas cansativa”. O rapaz destacou
que o fato de cada questão ter um texto interpretativo tornou o teste
mais difícil. As questões de química e biologia, para ele, foram as mais
complexas. “Na média não teve problema, porque a prova do Enem é feita
com base nos diferentes graus de ensino do país”, ressaltou.
Outro candidato que considerou a prova cansativa foi Lucas Rodrigues de
Souza, 17 anos. Ele disse que as questões não estavam “complicadas nem
difíceis”e espera ter feito um bom teste no primeiro dia. Segundo ele, a
principal dificuldade será na prova de redação, que será realizada
amanhã (4) e é eliminatória.
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